segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Maiambiente recebe prémio que podia ser da Tratolixo…

A ERSAR e o Jornal Água&Ambiente atribuíram os Prémios de Qualidade de Serviço em Águas e Resíduos de 2011 durante a 6.ª Expo Conferência da Água, em cerimónia realizada no Tagus Park, em Oeiras.
“O prémio “Qualidade de serviço de gestão de resíduos urbanos prestado aos utilizadores” foi atribuído à empresa Maiambiente – Entidade Empresarial Municipal, pelo relevante desempenho global da entidade gestora, candidata voluntária à avaliação da qualidade de serviço, na recolha indiferenciada e selectiva dos resíduos urbanos do concelho da Maia.
Salienta-se o seu empenho no alargamento a todo o concelho do sistema porta-a-porta das recolhas indiferenciada e selectiva, bem como na recolha dos resíduos orgânicos. De referir a utilização de um sistema inovador para a gestão de reclamações, que permite o seu rastreio e cuja exploração tem ainda uma margem de progressão. Salienta-se ainda o trabalho desenvolvido tendo em vista a possibilidade de implementação do sistema PAYT (Pay As You Throw), em que a população paga o serviço com base na quantidade de resíduos produzida, e não por estimativa, incentivando a redução da produção de resíduos indiferenciados e/ou a adesão à separação da fracção reciclável. Refere-se por fim o facto de ser uma empresa com certificação de qualidade.”
Felicito os autarcas da Maia e a administração e os colaboradores da empresa Maiambiente. O caminho que seguem é, em minha opinião, o caminho correcto para enfrentar os novos desafios que se colocam hoje, relativos à forma de gerir e tratar os resíduos sólidos urbanos.
Para os que achavam que a solução era impossível fica este prémio atribuído  e merecido.
Este é, em termos gerais, o modelo que tinha sido vertido para o Plano Estratégico de Resíduos Sólidos Urbanos de Cascais, Mafra, Oeiras e Sintra, que consubstanciava o Project Finance que suportava o investimento necessário através das receitas provenientes da actividade desenvolvida no âmbito da actividade da Tratolixo.
Os “espertos” em 2007 resolveram inventar um novo paradigma para os resíduos que assentava mais ou menos numa premissa “abandonar a parte inovadora e exigente nas recolhas, ajeitar as coisas para que tudo seja igual ao que sempre se fez e esperar um milagre que não ponha a nu muito depressa que esta atitude é insustentável financeiramente para os municípios”.
O mesmo Jornal Água&Ambiente na sua edição de Outubro põe à vista de todos o que se depreendia que iria acontecer ou seja, a Tratolixo tem já um passivo de 166 milhões de euros.
Sob a batuta de Domingos Saraiva, a Tratolixo tem acumulado tiros no pé que muito têm contribuído para a diminuição das receitas e o aumento das despesas, introdução de alterações em projecto que custam brutalidades e que enviesam definitivamente o futuro desta empresa.
O abastardamento do inicialmente previsto no Plano Estratégico de Resíduos de Cascais, Mafra, Oeiras e Sintra ditou que o Project Finance tivesse que ser abandonado, a partir do momento em que deixou de ser sustentável este projecto, ao abandonar o esforço nas recolhas selectivas e na valorização dos Resíduos. O que estava suportado no Project Finance passou a estar suportado nos orçamentos das quatro Câmaras!
Fica-nos a certeza que, não tivessem sido realizadas as alterações no Plano Estratégico poderíamos estar a assistir este ano à atribuição ex-aequo do prémio “Qualidade de serviço de gestão de resíduos urbanos prestado aos utilizadores” à Maiambiente e à Tratolixo.
Fala-se agora que Domingos Saraiva poderá brevemente abandonar a Tratolixo para ser nomeado administrador na EGF. É uma boa notícia para quem acredita que há muito a EGF deveria ter sido desmantelada e a sua actividade privatizada.
Com a experiência adquirida na Tratolixo, no máximo dentro de 3 anos já não haverá EGF.
Melhor para o país!...